quinta-feira, 30 de junho de 2011

18/03- Aula 1: Canteiro de obras e fundações

A OBRA
Quando começa a se pensar em um empreendimento muitos processos antecedem a construção propriamente dita. Primeiro é estudada a viabilização do empreendimento na localidade, posteriormente é feito o projeto de arquitetura e a partir do mesmo são desenvolvidos os projetos estrutural, hidráulico, elétrico, sanitário, telefônico e etc..  O próximo passo é a aprovação dos projetos em órgãos públicos como CREA, prefeitura ou até em órgãos ambientais. Pós-aprovação inicia-se a terraplanagem que é o movimento de terras (caso seja necessário) escavações, transporte e aterros, com o objetivo de regularizar e uniformizar o terreno, podendo ser um processo manual, motorizado, mecanizado ou até hidráulico (no caso de dragagem).
INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS
Na instalação do canteiro de obras ocorre primeiro à ligação de água, de energia e a telefônica para que as atividades possam ser feitas. Depois são distribuídas áreas (baias) para os materiais que serão utilizados na construção. Também são construídos armazéns (para guardar estoque de alguns materiais, almoxarifado, escritório, alojamento, refeitório, stand de vendas, estacionamento e etc.).
 Vale ressaltar a distribuição das máquinas como uma das peças chave do bom funcionamento da obra. Deve-se também gerar áreas de circulação.
Outro ponto importantíssimo é onde serão colocados os resíduos gerados pela construção, algumas construtoras preferem utilizam as caçambas (que são contratadas de outras empresas) para colocar os resíduos que terão um destino previsto, outras, por exemplo, a Planc na obra Frida utiliza baias separando os materiais que posteriormente serão reutilizados ou em outras obras ou por parceiros da construtora, com é o caso da madeira que é aproveitada por panificadoras.
Baias de separação de resíduos - obra Frida, construtora Planc
Arquivo pessoal
          O canteiro de obras nada mais é que uma área fixa ou temporária, onde se desenvolvem as operações de apoio a obra. E tal espaço pode se deslocar durante a obra. Algumas construtoras se utilizam do próprio espaço construído da edificação quando já não é mais possível locar o canteiro de obra nos arredores da edificação como é o caso do edifício Roma. E um bom planejamento deste possibilita a não ociosidade de equipamentos e mão de obra, racionalização das atividades e o uso do espaço físico, gera mais segurança para os trabalhadores, diminui tempo de deslocamento, além de garantir uma boa convivência com os vizinhos. Porém para o planejamento alguns fatores devem ser considerados como pro exemplo: a área do terreno, quais processos de construção será empregados na obra, as características dos materiais utilizados, observar o prazo da obra entre outros fatores.
LOCAÇÃO DA OBRA
Marcar ou locar a obra consiste em medir e demarcar no terreno a posição das fundações, paredes, colunas e outros detalhes fornecidos pelo projeto de arquitetura, gerando os principais pontos através de piquetes. A locação ou marcação da obra faz-se tomando como base os dados fornecidos pelas plantas de situação, de fundações e baixa do pavimento térreo.  
Quanto maior e mais alto for à edificação a construir, mais precisa deverá ser a marcação. Para pequena residência necessitam-se apenas de uma trena ou metro de pedreiro, um nível, um prumo e um fio de aço. Para locar prédio de vários pavimentos ou outro tipo importante de obra civil pode-se necessitar de teodolito ou outros instrumentos de topografia. 
Marcação de obra

FUNDAÇÕES      
 Fundação é o elemento estrutural que tem por finalidade transmitir as cargas de uma edificação para uma camada resistente do solo. Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é função das cargas da edificação e da profundidade da camada resistente do solo.     Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo tipo que tiver o menor custo e o menor prazo de execução.
Podem ser: - rasas / superficiais (diretas): quando a camada resistente à carga da edificação, ou seja, onde a base da fundação está implantada, não excede a duas vezes a sua menor dimensão ou se encontre a menos de 3 m de profundidade, ou podem ser profundas (indiretas) são aquelas cujas bases estão implantadas a mais de duas vezes a sua menor dimensão, e a mais de 3 m de profundidade.
Sondagem do terreno para ver a qualidade do solo


SAPATA CORRIDA OU CONTÍNUA – SIMPLES: é empregada quando o terreno é firme a uma profundidade pequena e a altura do elemento de fundação não está sujeita a limitações. A profundidade não deve ultrapassar 1m e um critério que é considerado é o econômico.
Para a execução, primeiro há abertura da cava, posteriormente o apiloamento do fundo da vala/cava, quando o fundo da cava estiver regularizado há o assentamento de tijolos e coroamento da fundação (cinta), sendo por último impermeabilizado para maior durabilidade desta fundação.


Sapata corrida


Sapata corrida ou contínua, armada: empregada quando a existência de terreno firme ultrapassa a profundidade de 1metro ou a largura for excessiva. Para a execução a etapas são quase as mesmas da sapata anterior mudando que será colocada uma armação em ferro, para garantir maior sustentação da obra.






Radier: é usado quando o terreno é de baixa resistência e a espessura da camada de solo é profunda. O radier nada mais é que uma laje de concreto armado, que distribui a carga total da edificação uniformemente pela área de contato. É usado de forma econômica quando as cargas são pequenas e a resistência do terreno é baixa, sendo uma boa opção para que não seja usada a solução de fundação.

Sapata isolada: é usada quando o terreno é bom e a carga a ser suportada é pequena. Tais estruturas tem formato de tronco de pirâmide, interligadas por vigas baldrames. Um baldrame pode ser construído de pedra, tijolos maciços, concreto simples ou de concreto armado.

Quando o baldrame é construído de concreto armado ele recebe o nome de sapata corrida. Passos para a execução: primeiro há a abertura da cavas (manual ou mecanizada: retroescavadeira) e esgotamento da água se houve, posteriormente há o apiloamento do fundo e o lançamento do concreto magro no fundo (nivelando e evitando-se perda de umidade do concreto estrutural após lançado), depois há a confecção das formas e a colocação da armadura do fundo, depois localiza-se o eixo do pilar e posiciona-se a armadura do mesmo, concreta-se e por fim há a retirada das formas após o endurecimento do concreto.




FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS
São utilizadas quando o solo compatível com a carga da edificação se encontra a mais de 3m de profundidade é necessário recorrer às fundações profundas, sendo três as principais: as estacas e os tubulões.

Estacas: são elementos alongados, cilíndricos ou prismáticos que são cravados no solo com um equipamento chamado bate-estacade (que pode ser de gravidade, peso em queda livre de uma altura; de simples efeito, tipo martelo que desloca-se ao longo de embalo fixo à estrutura e é levantado pela ação de gases sob pressão; de duplo efeito, que é variante da anterior só que a cravação é muito maior)  se confeccionam no solo de modo a transmitir às cargas da edificação a camadas profundas do terreno. Tais cargas são transmitidas ao terreno através do atrito das paredes laterais da estaca contra o terreno e/ou pela ponta. Existe hoje uma variedade muito grande de estacas para fundações, os principais materiais empregados na confecção das estacas são: a madeira; aço e concreto (pré-moldadas e moldadas “in loco”).
                     
Tubulões: os tubulões são elementos estruturais de fundação profunda, são a cravação manual ou mecânica de um poço até encontrar terreno firme, e na abertura de uma base alargada nesse terreno para transmitir a carga do pilar através de uma pressão compatível com as características do terreno, geralmente são dotados de uma base alargada, construídos concretando-se um poço revestido ou não, aberto no terreno com um tubo de aço de diâmetro mínimo de 70cm de modo a permitir a entrada e o trabalho de um homem.
Tubulão a céu aberto: é usado em terreno coesivo e acima do nível da água, é um tubulão que dispensa escoramento e cujo diâmetro depende da carga e maneira de execução (70 a 80 cm – manualmente – posseiro livre). Vale ressaltar que é econômico para cargas próximas de 250 t.
Tubulão a céu aberto

Tubulão tipo Chicago: o poço é aberto em etapas e é necessário um escoramento feito através de pranchas.
           
Tubulão tipo Gow: é necessário um escoramento feito por meio de tubos de chapas de aço. É feito um escalonamento invertido, o primeiro com diâmetro de 2 m seguidos por outros menores.
Tubulão Pneumático: é utilizado para um terreno com muita água e de difícil escavação, onde há risco de desmoronamento. Por meio de bombas o resto de água é retirado e a água é afastada da câmara de trabalho por meio de ar comprimido.




ESTRUTURA DE CONTENÇÃO

MURO DE ARRIMO: Barrancos de até 2 metros de altura podem ser contidos com um muro de arrimo feito de alvenaria. Todo mudo de arrimo, para funcionar direito, precisa que seja construído entre ele e o terreno, um FILTRO. O filtro tem como função aliviar a pressão neutra (a pressão da água) sobre o muro. Sem o filtro, a água existente dentro do terreno tende a derrubar o muro. Com o filtro, a água é drenada e o muro fica livre da pressão da água.    

Muro de bloco de concreto articulado
Muro de solo grampeado
Cortina de concreto
Muro de solo cimento escalonado



23/03- Aula 2 : Vedações



VEDAÇÕES
Vedações verticais: é um subsistema do edifício composto por elementos que subdividem e definem os ambientes internos, controlando a ação dos agentes indesejáveis.
Sua importância é imensa, pois determinam diretrizes para planejamento e programação da execução, determinando também o potencial de racionalização (pelo fato de outros projetos dependerem deste está feito para que possam ser executados), além de garantirem  grande parte do desempenho geral da edificação, tem profundas ligações com possíveis patologias futuras, protegem os ambientes contra ação de agentes externos e muitas vezes participação ativamente da estrutura da casa (alvenarias estruturais).
Propriedades
*Resistência mecânica: é capacidade da se parede manter sua integridade física a partir de um estado de consolidação do conjunto (alvenaria e juntas ou painéis) quando solicitada por diversas ações mecânicas previstas antecipadamente no projeto (peso próprio; deformação da estrutura de concreto; cargas de vento).
Algumas ações devem ser observadas para se obter melhor resistência mecânica: observar características dos componentes que constituem a vedação (alvenarias ou painéis); observar características da junta de argamassa e resistência de aderência do conjunto; verificar as propriedades geométricas das paredes como a relação altura / comprimento; tipo de fixação (ligação) da parede de vedação à estrutura.

*Deformabilidade: é a propriedade que interfere na capacidade da parede se manter integra no decorrer dos anos. Taís deformações podem ser: intrínsecas (as originadas a partir de esforços internos à parede, provocados pela variação dimensional dos componentes de alvenaria e das juntas de argamassa), ou extrínsecas (cuja origem está nas ações externas, pelos esforços introduzidos pelas deformações da estrutura de concreto e pela ação do vento).

*Variação térmico: “todos os materiais estão sujeitos a alterações volumétricas, dilatações e contrações, ocasionadas pelas variações de temperatura.” Nas paredes, as deformações se fazem sensíveis apenas no comprimento e na altura, provocando tensões internas originando fissuras ou deslocamentos.

*Estanqueidade: capacidade dos elementos e componentes das vedações de resistirem à penetração de água e impedir a passagem de ar, de gases ou materiais sólidos em suspensão. Tal propriedade depende do projeto arquitetônico, da espessura das paredes externas (mínimo de 14 cm), da colocação de argamassas dosadas e de manutenção adequada dos elementos de vedação.

*Isolamento térmico: propriedade que influi no desempenho térmico da edificação. Antes de se construir é importante observar dados climáticos da região onde fica o terreno para depois não haverem surpresas desagradáveis. Verificar a orientação das fachadas, locar aberturas com dimensões adequadas para a entrada e renovação do ar, usar um sistema de proteção das aberturas, checar as propriedades térmicas dos materiais empregados, verificar absorbância, refletância da radiação solar das superfícies externas, são dicas para um bom isolamento térmico.

*Isolamento acústico: quanto mais pesado for o material utilizado para a vedação menos passará o som, pois quando o som incide sobre um material parte é refletida e parte é transmitida através do material.

*Segurança ao fogo: capacidade da vedação de apresentar determinada resistência à ação do fogo.
RF*: “Tempo durante o qual um elemento da construção sujeito a uma elevação de temperatura em uma de suas faces, mantém a sua estabilidade, não permitindo a passagem de gases e chamas e assegura a manutenção da temperatura, em sua outra face, dentro de parâmetros aceitáveis.”
Os materiais utilizados para a vedação podem contribuir na “alimentação e propagação de um foco de incêndio, bem como na produção e propagação de fumaça e gases nocivos”.
O edifício deve atender algumas condições em um incêndio: o desenvolvimento do fogo não deve surpreender os ocupantes; não deve ocorrer o desprendimento de gases tóxicos; deve ser permitida a fuga dos ocupantes por seus próprios meios.

*Durabilidade: capacidade da vedação em manter sua durabilidade ao longo do tempo (vida útil sob condições normais de uso). Se o componente tiver função estrutural cuja manutenção e/ou reposição sejam onerosas e de difícil execução, sua durabilidade deve ser igual à da Edificação. Quando não têm função estrutural, podem ter vida útil inferior à da edificação (serviços de manutenção ou reposição de fácil execução).
Os agentes de degradação podem ser do próprio projeto; relativos ao uso; ou provenientes da atmosfera.

Classificação
*Quanto à função:
a)  Envoltória externa ou vedação de fachada;
Envoltório externo do edifício Aquamare.
Arquivo pessoal

b)  Compartimentação interna ou divisória externa;
c)  Separação ou divisória entre unidades e áreas comuns.
*Quanto à técnica de execução:
a)  Por conformação (moldadas ou elevadas no local com a utilização de água);
Vedações externas do Frida Kahlo (construtora Planc)
Arquivo pessoal
b)  Por acoplamento a seco (vedações produzidas com painéis leves);

Utilização de Painéis de Dry Wall no Diego Riviera (construtora Planc)
Arquivo pessoal
c)  Por acoplamento úmido (elementos pré-fabricados de concreto, montados através de solidarização com argamassas).


*Quanto a mobilidade:  Facilidade ou não de remoção das paredes no local a qual fora fixada inicialmente.
a)  Fixas (perda total): como foi mostrada a utilização nas paredes externas do Frida Kahlo.
b)  Desmontáveis: são vedações possíveis de serem desmontadas com poucas perdas, sendo necessária para a remontagem a reposição de alguma peça.
c)   Removíveis: são as vedações passíveis de serem montadas e desmontadas facilmente, sem degradação dos elementos constituintes. Trata-se de elementos totalmente modulares;
d)   Móveis: tratam-se de divisórias empregadas na simples compartimentação dos ambientes, não estando vinculadas a nenhuma outra parte do edifício.
*Quanto a densidade superficial:
a)  Leves: paredes não estruturais, de densidade superficial baixa (100 Kg / m2).
b)  Pesadas: São estruturais ou não, de densidade superficial superior ao limite pré-determinado de 100 Kg / m2.
*Quanto à estruturação:
a)  Estruturadas: vedações que precisam de uma estrutura reticulada para sustentação de seus componentes.
Divisórias de Dry Wall no Diego Riviera
Arquivo pessoal
b)  Alto-portantes: são as que não necessitam de uma estrutura para sua sustentação.
                                                                                                                                     
Paredes de alvenaria do Frida Kahlo
Arquivo pessoal
*Quanto à continuidade do pano:
a)  Monolítica: quando a transmissão dos esforços é transmitida a todo o conjunto (elementos trambalham solidariamente).
b)  Modulares: os esforções são transmitidos de forma individual.

*Quanto ao acabamento:
a)  Com revestimento incorporado: são posicionadas e acabadas em seus lugares definitivos, sem aplicação de revestimentos posteriores.
b)  Com revestimento a posteriori: são posicionadas em seus lugares definitivos sem prévia aplicação.
c)   Sem revestimento: vedação composta por materiais que não necessitam de acabamento (alvenarias de tijolo aparente por exemplo)
*Quanto à continuidade espacial:
a)  Contínuas: juntas não aparentes.
b)  Descontínuas: juntas aparentes.
Fatores condicionantes para escolha das tipologias
*De Mercado: disponibilidade e prazos de entrega; facilidade de compra; quantidade de fornecedores qualificados; confiabilidade no fornecimento futuro.
*De Construção: facilidade de execução; integração e coerência com o sistema construtivo adotado; disponibilidade de mão de obra qualificada; produtividade; grau de industrialização.
*De Desempenho funcional: resistência mecânica; desempenho térmico e acústico, estanqueidade; resistência e reação ao fogo e durabilidade.
*De Projeto: coordenação modular; flexibilidade arquitetônica; aspectos estéticos; imposições contratuais; exigências ambientais.
*Sócio-Políticos-Culturais: adequação à cultura dos usuários; tradição construtiva local; macro políticas setoriais.
*De Uso e Manutenção: facilidade de substituição e reparos; facilidade de manutenção; garantias e assistência técnica.
*Econômicos: custo de aquisição, manutenção da vedação e de manutenção do edifício; valorização estética; confiabilidade econômica, vida útil.

A escolha pode ser feita em qualquer das etapas, porém quanto mais cedo melhor, pois evita problemas futuros, por exemplo nas fundações em relação ao peso.

ALVENARIAS
É um componente da edificação, conformado na obra, constituído por pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, unidos, ou não, entre si por juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e homogêneo.

-Materiais constituintes: concreto; cerâmicos; pedras; solo-cimento; terra...

TIJOLOS – São aqueles cujas dimensões não ultrapassam 250 x 120 x 55 mm (comprimento x largura x altura). Pode ser facilmente manuseado com uma das mãos, quando do seu assentamento.
Tijolos utilizados no Empreendimento Aquamare
Arquivo pessoal
BLOCOS – São aqueles cujas dimensões nominais estão acima das especificadas para o tijolo e comumente são manuseados com ambas as mãos durante o assentamento.


Tipos de alvenaria
Alvenaria de pedras naturais: tipo de alvenaria não utilizada na vedação vertical das edificações, mas em outras finalidades.

          a)Alvenaria com pedra bruta ou marroada :executada com ou   sem a utilização de junta argamassada.

   b)Alvenaria de pedra seca ou insossa(sem uso da argamassa):é executada com pedras de tamanhos variados, simplesmente arrumadas, calçadas com lascas, e dispostas com juntas alternadas. A espessura mínima adotada é de 1/5 da altura e sua utilização é bastante restrita.

c)Alvenaria com pedra bruta argamassada, ou alvenaria de pedra   marroada: tem grande aplicação em fundações e muros de arrimo. Na execução, as pedras vão sendo dispostas em camadas, procurando-se diminuir o máximo possível o volume de vazios, e as juntas são preenchidas com argamassa de cimento e areia.

d)Alvenaria com pedra aparelhada ou facejada: alvenaria argamassada constituída de pedras regulares, dispensando posterior revestimento. Utilização na execução de embasamento, muros de arrimo ou para fins decorativos.

Alvenaria de tijolos

a)  Tijolos Maciços de Barro Cozido: são constituídos de cerâmica vermelha onde o principal componente é a argila sedimentar encontrada nas margens de rios, queimada entre 900ºC e 1250ºC. As argilas passam por um processo de conformação manual, e são secas ao ar livre, e submetidas à queima em fornos artesanais, ou através de processos mais rudimentares. Devido à sua produção artesanal e de baixo controle de qualidade, o tijolo maciço encontrado no mercado apresenta grandes variações em suas dimensões e qualidade, e a sua coloração varia em função das características da argila utilizada. Com dimensões próximas de 5cm x 10cm x 20cm, os tijolos maciços são bastante empregados para execução de paredes delgadas paredes de reservatórios d’água e para efetuar o encunhamento entre as paredes e as faces inferiores de lajes e vigas.

b)  Tijolo Refratário: produtos obtidos a partir da prensagem e cozimento de argilas refratárias (pobres em cal e óxido de  ferro), resistem a altas temperaturas - 2.500oC., sem se deformar ou se vitrificar. Apresentam resistência à compressão superior a 100 kgf/cm2 com dilatação inferior a 5%. São aplicados em revestimento de lareiras, fornos, chaminés, etc.

http://www.lorenzet.com.br/index.php?c_produto/mostrar/14936
c)  Tijolos Furados ou Cerâmicos Comuns: são produzidos a partir da moldagem, com pasta plástica consistente, em máquinas de fieira. Seguida por um processo natural de secagem que antecede o cozimento em fornos. Apresentam na superfície externa uma série de ranhuras, que facilitam a aderência da argamassa. São encontrados em diversas dimensões, sendo que as mais comuns: (10 x 18 x 18) cm e 8 furos (10 x 20 x 20) cm – 8 furos. Tais tijolos possuem a qualidades exigidas dos tijolos, apresentando-se de forma regular e dimensões constantes, arestas vivas e superfícies ásperas, massa homogênea e facilidade de corte.


CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS PAREDES
As paredes mais comuns são as de vedação (feitas com tijolos cerâmicos, com larguras de 9cm e 14cm, revestidas em ambas as faces com 1,5 cm de argamassa). Para garantir segurança contra a ação de cargas laterais (ação do vento ou impactos acidentais), as dimensões das paredes deverão ser limitadas tanto por seu comprimento como altura. Essa limitação é imposta por elementos contraventantes: na direção do comprimento: pilares e paredes transversais, na direção da altura: vigas, lajes e cintas de amarração.

EXECUÇÃO DAS PAREDES
a)   A parede deve atender aos requisitos exigidos pelas funções que ela deverá desempenhar durante sua vida útil, sem apresentar problemas patológicos.
b)    A vedação deverá completar o vão delimitado pela estrutura, estando sua execução vinculada: à própria estrutura, ao revestimento e às esquadrias.
c)    Deve-se otimizar as atividades, evitar desperdícios, aumentar a produtividade e primar pela qualidade;
d)   Os fenômenos físico-químicos existem e atuam, ainda que de forma invisível, podendo ocasionar problemas patológicos.
e)    Locação deve ser baseada no projeto arquitetônico, é feita em função da posição dos pilares e vigas, marcando-os os eixos dos pilares e/ou projetando-se os eixos das vigas superiores com auxílio de uma régua e do fio de prumo, devendo ser considerado: a posição das paredes em relação aos pilares e vigas; o perpendicularíssimo; as espessuras dos revestimentos e as posições dos vãos de portas e janelas.
Todas as distâncias entre paredes, comprimentos e posicionamento dos vãos deverão ser conferidos com trena ou metro de pedreiro.

Assentamento da primeira fiada: após da locação das paredes, ocorre o assentamento da 1ª fiada de cada uma das paredes, com máximo cuidado. Deve-se observar o nivelamento da 1ª fiada, compensando-se com argamassa, toda e qualquer irregularidade porventura existente. O nivelamento das primeiras fiadas deve ser feito utilizando-se régua e nível de bolha, ou partindo-se de pontos de nível demarcados nos pilares com o auxílio de nível de mangueira.
                                                                     
Régua de nível bolha / verificação através dos pilares

Levantamento das paredes: a colocação dos tijolos deve ser iniciada pelas extremidades, isto é, nas junções com paredes principais e/ou pilares. Os tijolos devem ser assentados de maneira escalonada, aprumados e nivelados com os da primeira fiadas. E antes de sua aplicação na parede os tijolos devem ser umedecidos (não encharcados) antes do assentamento. A argamassa de assentamento deve ser estendida sobre a superfície horizontal da fiada anterior e na face lateral do bloco a ser assentado em quantidade suficiente para que certa porção desta seja expelida quando é aplicada a pressão no tijolo para o seu assentamento, (espessura inferior a 1,50 cm).

                                                                     
A cada 3 ou 4 fiadas deve ser verificado o nivelamento com régua e nível de bolha. A verificação do prumo deve ser feita em 3 ou 4 posições ao longo da parede, e nas fachadas, recomenda-se que a verificação seja efetuada na face externa.

Encunhamento das paredes : nos encontros das paredes com as faces inferiores das vigas e lajes, as paredes devem ser encunhadas com emprego de tijolos, preferencialmente maciços, assentados de forma inclinada. O encunhamento apenas deve ser iniciado após estarem concluídas as paredes do último pavimento, iniciando-se por este, de maneira a ser evitada a transferência de carga para as paredes durante a execução da obra.
                                                       
Ligação entre paredes: são feitas normalmente com os tijolos assentados com juntas de amarração.

Argamassa de assentamento : no assentamento de tijolos cerâmicos ala deve ser plástica e ter consistência para suportar o peso dos blocos. Traços adequados: 1:2:9 (cimento, cal e areia, em volume), 1:4:4 (cimento, barro
e areia) ou 1:6 (cimento e areia). Quando a alvenaria vai trabalhar abaixo do nível do solo (baldrames), traço 1:3(cimento e areia).

Vergas e contra vergas : são vigotas de concreto executados sobre (vergas), ou sob (contra vergas) vãos de portas e janelas com o objetivo de possibilitar a redistribuição de tensões ao longo da alvenaria, evitando-se o aparecimento de fissuras. E essas vergas e contra vergas podem ser feitas no canteiro de obra como é o caso do edifício Aquamare (menor custo), ou compradas já prontas.
Produção de vergas e contra vergas no Aquamare
Arquivo pessoal

Alvenaria com blocos vazados de concreto simples: blocos de cimento vazado são elementos de alvenaria obtidas a partir de uma dosagem racional de cimento, agregado e água. Os agregados usualmente empregados são: areia, pedra britada (pedrisco), argila expandida, etc.
Podem ser: sem função estrutural (NBR 7173/82 e geralmente empregados em alvenarias de fechamento e em paredes onde a carga seja compatível com a resistência do bloco), ou como alvenaria estrutural (NBR 6136/80 destinados à execução de estrutura de alvenaria armada ou parcialmente armada, onde a execução de pilares e de vigas se faz através do lançamento do concreto em suas cavidades. Além do bloco, com a forma de um paralelepípedo retângulo, são confeccionadas peças acessórias que são empregadas para dar acabamento às alvenarias tais como peças de canto e canaletas. Algumas das vantagens do bloco d concreto são que ele possibilitam maior rapidez na execução das alvenarias, com maior resistência a compressão (80 kgf/cm2), além de que as paredes são mais leves proporcionando uma maior economia no dimensionamento da super e infraestrutura. Porém apresentam maior dificuldade e desperdício quando da execução de rasgos para passagem das canalizações, bem com quando da necessidade de assentamento de  tufos de madeira para fixação de batentes e rodapés.
Alvenaria com tijolos de vidro: são empregados no fechamento de ambientes com o objetivo de assegurar iluminação natural difusa, sem admitir transparência. Normalmente são encontrados nas dimensões 20 x 20 x 10 cm e assentados com argamassa de cimento e areia no traço 1:4, com uso de ferros de 3/6 ou ¼, formando uma tela. O assentamento dos blocos em molduras de perfis metálicos soldados, revestidos internamente com tiras de manta asfáltica. Dá estabilidade e evita o surgimento de defeitos com o tempo. O uso de espaçadores é necessário para garantir a largura uniforme das juntas de assentamento.
Por não ser estrutural, a parede de blocos de vidro deverá, obrigatoriamente, contar com uma amarração de ferro. Caso a altura da parede passe de 5 m, ou a área exceder 14 m², é preciso fazer reforço estrutural com vigas e pilares e o assentamento deve ser feito com argamassa de areia e cimento no traço 1:3, ou com produtos industrializados (argamassa plástica).

   
                                                                                                 








                                                                

Ligação entre a parede e pilar: nas paredes internas, ou nos panos menores que 4m, a ligação da alvenaria com o pilar é feita normalmente com emprego de argamassa, devendo a face do pilar ser previamente chapiscada. Nos panos mais extensos localizados nas fachadas, recomenda-se que, além do chapisco, a ligação seja feita através de barras de aço previamente chumbadas no pilar. Com diâmetro de 3,8-5,00 mm, dispostas a cada duas fiadas de blocos e deverão avançar aproximadamente 40cm para o interior da parede.