quinta-feira, 30 de junho de 2011

18/03- Aula 1: Canteiro de obras e fundações

A OBRA
Quando começa a se pensar em um empreendimento muitos processos antecedem a construção propriamente dita. Primeiro é estudada a viabilização do empreendimento na localidade, posteriormente é feito o projeto de arquitetura e a partir do mesmo são desenvolvidos os projetos estrutural, hidráulico, elétrico, sanitário, telefônico e etc..  O próximo passo é a aprovação dos projetos em órgãos públicos como CREA, prefeitura ou até em órgãos ambientais. Pós-aprovação inicia-se a terraplanagem que é o movimento de terras (caso seja necessário) escavações, transporte e aterros, com o objetivo de regularizar e uniformizar o terreno, podendo ser um processo manual, motorizado, mecanizado ou até hidráulico (no caso de dragagem).
INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS
Na instalação do canteiro de obras ocorre primeiro à ligação de água, de energia e a telefônica para que as atividades possam ser feitas. Depois são distribuídas áreas (baias) para os materiais que serão utilizados na construção. Também são construídos armazéns (para guardar estoque de alguns materiais, almoxarifado, escritório, alojamento, refeitório, stand de vendas, estacionamento e etc.).
 Vale ressaltar a distribuição das máquinas como uma das peças chave do bom funcionamento da obra. Deve-se também gerar áreas de circulação.
Outro ponto importantíssimo é onde serão colocados os resíduos gerados pela construção, algumas construtoras preferem utilizam as caçambas (que são contratadas de outras empresas) para colocar os resíduos que terão um destino previsto, outras, por exemplo, a Planc na obra Frida utiliza baias separando os materiais que posteriormente serão reutilizados ou em outras obras ou por parceiros da construtora, com é o caso da madeira que é aproveitada por panificadoras.
Baias de separação de resíduos - obra Frida, construtora Planc
Arquivo pessoal
          O canteiro de obras nada mais é que uma área fixa ou temporária, onde se desenvolvem as operações de apoio a obra. E tal espaço pode se deslocar durante a obra. Algumas construtoras se utilizam do próprio espaço construído da edificação quando já não é mais possível locar o canteiro de obra nos arredores da edificação como é o caso do edifício Roma. E um bom planejamento deste possibilita a não ociosidade de equipamentos e mão de obra, racionalização das atividades e o uso do espaço físico, gera mais segurança para os trabalhadores, diminui tempo de deslocamento, além de garantir uma boa convivência com os vizinhos. Porém para o planejamento alguns fatores devem ser considerados como pro exemplo: a área do terreno, quais processos de construção será empregados na obra, as características dos materiais utilizados, observar o prazo da obra entre outros fatores.
LOCAÇÃO DA OBRA
Marcar ou locar a obra consiste em medir e demarcar no terreno a posição das fundações, paredes, colunas e outros detalhes fornecidos pelo projeto de arquitetura, gerando os principais pontos através de piquetes. A locação ou marcação da obra faz-se tomando como base os dados fornecidos pelas plantas de situação, de fundações e baixa do pavimento térreo.  
Quanto maior e mais alto for à edificação a construir, mais precisa deverá ser a marcação. Para pequena residência necessitam-se apenas de uma trena ou metro de pedreiro, um nível, um prumo e um fio de aço. Para locar prédio de vários pavimentos ou outro tipo importante de obra civil pode-se necessitar de teodolito ou outros instrumentos de topografia. 
Marcação de obra

FUNDAÇÕES      
 Fundação é o elemento estrutural que tem por finalidade transmitir as cargas de uma edificação para uma camada resistente do solo. Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é função das cargas da edificação e da profundidade da camada resistente do solo.     Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo tipo que tiver o menor custo e o menor prazo de execução.
Podem ser: - rasas / superficiais (diretas): quando a camada resistente à carga da edificação, ou seja, onde a base da fundação está implantada, não excede a duas vezes a sua menor dimensão ou se encontre a menos de 3 m de profundidade, ou podem ser profundas (indiretas) são aquelas cujas bases estão implantadas a mais de duas vezes a sua menor dimensão, e a mais de 3 m de profundidade.
Sondagem do terreno para ver a qualidade do solo


SAPATA CORRIDA OU CONTÍNUA – SIMPLES: é empregada quando o terreno é firme a uma profundidade pequena e a altura do elemento de fundação não está sujeita a limitações. A profundidade não deve ultrapassar 1m e um critério que é considerado é o econômico.
Para a execução, primeiro há abertura da cava, posteriormente o apiloamento do fundo da vala/cava, quando o fundo da cava estiver regularizado há o assentamento de tijolos e coroamento da fundação (cinta), sendo por último impermeabilizado para maior durabilidade desta fundação.


Sapata corrida


Sapata corrida ou contínua, armada: empregada quando a existência de terreno firme ultrapassa a profundidade de 1metro ou a largura for excessiva. Para a execução a etapas são quase as mesmas da sapata anterior mudando que será colocada uma armação em ferro, para garantir maior sustentação da obra.






Radier: é usado quando o terreno é de baixa resistência e a espessura da camada de solo é profunda. O radier nada mais é que uma laje de concreto armado, que distribui a carga total da edificação uniformemente pela área de contato. É usado de forma econômica quando as cargas são pequenas e a resistência do terreno é baixa, sendo uma boa opção para que não seja usada a solução de fundação.

Sapata isolada: é usada quando o terreno é bom e a carga a ser suportada é pequena. Tais estruturas tem formato de tronco de pirâmide, interligadas por vigas baldrames. Um baldrame pode ser construído de pedra, tijolos maciços, concreto simples ou de concreto armado.

Quando o baldrame é construído de concreto armado ele recebe o nome de sapata corrida. Passos para a execução: primeiro há a abertura da cavas (manual ou mecanizada: retroescavadeira) e esgotamento da água se houve, posteriormente há o apiloamento do fundo e o lançamento do concreto magro no fundo (nivelando e evitando-se perda de umidade do concreto estrutural após lançado), depois há a confecção das formas e a colocação da armadura do fundo, depois localiza-se o eixo do pilar e posiciona-se a armadura do mesmo, concreta-se e por fim há a retirada das formas após o endurecimento do concreto.




FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS
São utilizadas quando o solo compatível com a carga da edificação se encontra a mais de 3m de profundidade é necessário recorrer às fundações profundas, sendo três as principais: as estacas e os tubulões.

Estacas: são elementos alongados, cilíndricos ou prismáticos que são cravados no solo com um equipamento chamado bate-estacade (que pode ser de gravidade, peso em queda livre de uma altura; de simples efeito, tipo martelo que desloca-se ao longo de embalo fixo à estrutura e é levantado pela ação de gases sob pressão; de duplo efeito, que é variante da anterior só que a cravação é muito maior)  se confeccionam no solo de modo a transmitir às cargas da edificação a camadas profundas do terreno. Tais cargas são transmitidas ao terreno através do atrito das paredes laterais da estaca contra o terreno e/ou pela ponta. Existe hoje uma variedade muito grande de estacas para fundações, os principais materiais empregados na confecção das estacas são: a madeira; aço e concreto (pré-moldadas e moldadas “in loco”).
                     
Tubulões: os tubulões são elementos estruturais de fundação profunda, são a cravação manual ou mecânica de um poço até encontrar terreno firme, e na abertura de uma base alargada nesse terreno para transmitir a carga do pilar através de uma pressão compatível com as características do terreno, geralmente são dotados de uma base alargada, construídos concretando-se um poço revestido ou não, aberto no terreno com um tubo de aço de diâmetro mínimo de 70cm de modo a permitir a entrada e o trabalho de um homem.
Tubulão a céu aberto: é usado em terreno coesivo e acima do nível da água, é um tubulão que dispensa escoramento e cujo diâmetro depende da carga e maneira de execução (70 a 80 cm – manualmente – posseiro livre). Vale ressaltar que é econômico para cargas próximas de 250 t.
Tubulão a céu aberto

Tubulão tipo Chicago: o poço é aberto em etapas e é necessário um escoramento feito através de pranchas.
           
Tubulão tipo Gow: é necessário um escoramento feito por meio de tubos de chapas de aço. É feito um escalonamento invertido, o primeiro com diâmetro de 2 m seguidos por outros menores.
Tubulão Pneumático: é utilizado para um terreno com muita água e de difícil escavação, onde há risco de desmoronamento. Por meio de bombas o resto de água é retirado e a água é afastada da câmara de trabalho por meio de ar comprimido.




ESTRUTURA DE CONTENÇÃO

MURO DE ARRIMO: Barrancos de até 2 metros de altura podem ser contidos com um muro de arrimo feito de alvenaria. Todo mudo de arrimo, para funcionar direito, precisa que seja construído entre ele e o terreno, um FILTRO. O filtro tem como função aliviar a pressão neutra (a pressão da água) sobre o muro. Sem o filtro, a água existente dentro do terreno tende a derrubar o muro. Com o filtro, a água é drenada e o muro fica livre da pressão da água.    

Muro de bloco de concreto articulado
Muro de solo grampeado
Cortina de concreto
Muro de solo cimento escalonado



2 comentários:

  1. Srs, voces postaram esse vídeo, porem ele esta privado, favor entrar no link e depois no youtube e remover a configuração privada.

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  2. Srs, voces postaram esse vídeo, porem ele esta privado, favor entrar no link e depois no youtube e remover a configuração privada.

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