quinta-feira, 30 de junho de 2011

18/05 Seminário - Bambu


CLASSIFICAÇÃO
Pertence a família das gramíneas, levam 4 anos para chegarem a seu amadurecimento ideal para o uso na construção civil. Tradicional na cultura ásiatica. Como gramínea, cortado um colmo (caule), outro automaticamente nasce no lugar, porém a retirada do tronco significa a morte a planta. A planta também presta um serviço ambiental, já que libera muito oxigênio e absorve considerável quantidade de gás carbônico (CO2). 
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Propriedades Mecânicas
·         Compressão: O bambu possui uma flexibilidade muito alta, desta forma ao receber uma carga de compressão o bambu tende a ter uma maior flambagem lateral. Logo o uso de peças de travamento diminui o momento exercido sobre a peça e trava a mesma a deslocamentos laterais.
·         Tração: Teoricamente, a resistência de tecidos da região externa do bambu, submetido à tração paralela, pode atingir valores da ordem de 260 MPa (ONU, 1972).
  • Flexão: Em geral, os resultados observados na literatura disponível situam a resistência do bambu à flexão entre 30 MPa e 170 Mpa.
  • Torção: Devido ao seu formato cilíndrico o bambu possui boas propriedades quando submetido a forças de torção. Contudo as fibras do bambu são facilmente descoladas, esse deslocamento pode ser muito prejudicial ao sistema de tensão, causando uma descontinuidade no mesmo. Essa descontinuidade tende a diminuir as resistências à torção da vara.
Para o uso do bambo, é necessário que haja tratamento, para um melhor desempenho como secagem, e tratamentos químicos.
A secagem pode ser feita de modo natural, ao ar livre sem interferência do homem, e pode levar até dois meses dependendo do clima; pode ser também no fogo, que é um tipo muito utilizado para corrigir defeitos do bambo, porém pode causar alguns danos como: fissuras, deformações, e mudança de coloração, e depois de ter sido seco com fogo deve ser submetido a raios infravermelhos, para ficar com a superfície brilhante sem perda da flexibilidade das fibras; a estufa é o modo mais rápido e eficiente de se obter a umidade desejada mas tem um custo mais elevado que os outros sistemas, e devido a velocidade da secagem (que pode ser de duas a três semanas) tem maiores possibilidades de haver rachaduras.
       Nos tratamentos químicos temos o com acido bórico que é o elemento mais utilizado no tratamento químico de bambu. Pode-se utilizar um produto pronto (como o BORAX) ou preparar uma solução, como a sugerida por Johan Van Lengen:
BOUCHERIE:
“Um modo de tratar quimicamente o bambu é fazer passar, sob pressão, a solução química através dos culmos e fibras do bambu. Usa-se uma bomba de ar comprimido para dar pressão, e mangueiras adaptadas nas extremidades do bambu.’’



http://www.bambucarbonozero.com.br/site/images/stories/agronegocio/tratamento_de_bambu_autoclave.jpg

 Formas de utilização na Construção civil
Ø  SISTEMA DE COBERTA: A declividade mínima da cobertura deve ser de 30°. Este tipo de coberta apesar de ser leve, pode ser completamente impermeável a água.
Ø  FORROS: Os forros de bambu são bastante empregados como acabamento para a cobertura.
Ø  PILARES: são feitos da parte mais importante do bambu, ou seja, da parte média à inferior do colmo, de maior diâmetro. O bambu utilizado como pilar nas edificações suporta construções de até três pavimentos.
Ø  VIGAS E TRELIÇAS: As vigas e treliças de bambu apresentam alta resistência mecânica. Sendo esta última capaz de vencer maiores vãos. Vigas de até aproximadamente 3 metros, pois quanto maior a viga a treliça sofre deflexão chegando de 40 a 50 cm (TEIXEIRA, 2006, 86).
Ø  VEDAÇÕES:- Bahareque As paredes de bahareque são formadas por tiras ou esterilhas de bambus entrelaçados ou amarrados a bambus roliços de pequenas dimensões, posicionados na vertical ou na horizontal.
Ø  PISOS: Há uma grande variedade de tratamento mais rústico a um mais refinado, podendo alterar inclusive a tonalidade de acordo com o que deseja. Geralmente os laminados de bambu são empregados neste último tipo de revestimento.
Ø  MARQUISE: Também pode haver diversos tipos de composição no mercado, podendo ainda ser produzido de forma artesanal, singular.
Ø  REVESTIMENTOS: Igualmente, o bambu pode ser utilizado também como revestimento de pisos, paredes, móveis, etc.
Ø  ESQUADRIAS: dependendo da criatividade de cada um podemos obter como bambo esquadrias de diversas formas, com relação a janela podemos ter do tipo pivotantes,  de correr, basculantes, etc;
Ø  ESCADAS: O bambu é um elemento que pode ser utilizado na construção de escadas, demonstrando resistência, praticidade na execução, segurança e excelente efeito estético.
Ø   BRISES: Um outro uso do bambu é para proteção da edificação contra a incidência solar



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            http://www.ambiencia.org/site/wp-content/uploads/2011/04/bambu_madeira_abre325x167.jpg




BAMBU + OUTROS MATERIAIS
Ø  Bambu e argamassa: Evita grandes variações dimensionais, pela absorção da água, a argamassa pode ser usada para deixar a estrutura do bambu mais maciça.
Ø  Bambu e concreto – bambucreto: Quando utilizado em composição com o concreto, o bambu sofre dilatação pela facilidade de absorção de água do concreto, causando fissuras no mesmo. O bambu antes de ser utilizado com concreto deve ser impermeabilizado.
Ø  bambu e terra: No ritmo da  sustentabilidade, a terra acompanha o bambu como um material “alternativo” para auxiliar na redução de energia e diminuir os impactos ambientais causados pelas construções ditas convencionais.
Ø  bambu e fibras:Podem ter diversas associações, sendo as amarrações as mais presentes.

VANTAGENS E DESVANTAGENS
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Boa resistência, leveza, fácil manuseio, grande proliferação em plantações e seu caráter de material renovável

Flexão: o bambu não suporta. Senti facilmente esmagado. Para amenizar, preenche-o com concreto, principalmente nos pontos de amarração.

A resistência apresentada pelo bambu à tração é maior do que a da madeira e do concreto, sendo superada apenas pelo aço

ausência de normas técnicas para a realização dos ensaios, e para a interpretação dos resultados obtidos. Desse modo, torna-se muito difícil comparar as diferentes espécies estudadas pelos pesquisadores.
Ao analisarmos as relações entre peso específico e resistência à tração do bambu,  podemos chegar a conclusão de que este possui uma alta eficiência estrutural,  melhor até do que os materiais estruturais mais usuais.

São altamente susceptíveis à deterioração por ataque de insetos e fungos.
inseto alimenta-se do amido do bambu.

Pode reduzir em mais de 30% o custo final da construção. Além disso, existe a possibilidade de que o dinheiro daquele custo fique 100% na região.

Por ser um material natural, a padronização dos colmos é impossível, o que,
algumas vezes, pode dificultar a utilização do bambu na construção.

Baixo consumo de energia para sua construção; o uso de materiais renováveis pela natureza
Apesar do manuseio do bambu ser fácil, é necessário que se haja um treinamento para que os profissionais possam executá-lo. A falta deste treinamento torna a mão-de-obra especializada quase inexistente.

VERSATILIDADE:
Mais de 1000 usos já foram catalogados para o bambu.


DURABILIDADE:
Se tratado adequadamente, o bambu apresenta durabilidade superior a 25 anos, equivalente à do eucalipto


PATOLOGIAS
Devido ao teor de umidade está a presença de amido e açúcares no colmo, o que faz com que haja a PRESENÇA DE INSETOS, que se alimentam de amido, principalmente o Dinoderus minutus, conhecido como broca ou caruncho do bambo, para evitar que os animais tenham possibilidade de fazer seus ninhos as juntas não devem ter frestas nem buracos.
O CISALHAMENTO: Patologia que pode ser causada na utilização dos parafusos para união e fixação das peças estruturais.
BAMBU NO BRASIL
Há pouca expressividade da utilização da técnica do bambu dentro do panorama da arquitetura brasileira, confrontada com as condições favoráveis do solo e clima brasileiros para o desenvolvimento de sua cultura.Das 1250 a 1300  espécies de bambu no mundo, 400 são encontradas no Brasil,  no Nordeste e na Paraíba existe pouca oferta de peças de bambu no mercado para a construção civil. No Nordeste do Brasil existem milhares de hectares de bambu plantados tem outro destino: a produção de papel.

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